Para falar do futuro é melhor olhar o passado!

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A primeira NW!

Bom, acho que o pessoal aí já matou a charada do meu novo trabalho. Desde a semana retrasada que eu estou trabalhando como editor da revista Nintendo World. A partir da edição 128, os fãs da revista vão presenciar diversas mudanças no modelo como a revista era feita. Eu com essa nova responsabilidade espero sinceramente que ela fique muito melhor do que ela era. Acho que só assim justificaria o meu retorno e trabalho. Nas últimas semanas eu não tenho feito outra coisa além de pensar no estilo, na cara e no jeitão que a revista tem que ter sob o meu comando. Nesta edição que sai em novembro os leitores vão perceber pequenas mudanças na forma como os textos são apresentados e na presença de novas seções e de algumas antigas que haviam sumido e nunca mais retornaram.

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Meu primeiro texto na Gamers (1999) – O meu texto era ruim (clique e leia!)

Para fazer uma “nova” Nintendo World eu resolvi olhar o passado. Para fazer uma nova revista de videogame eu voltei no tempo lendo e relendo uma boa parte do que já foi feito em relação ao mundo dos games e seu desenvolvimento no Brasil.

Quem já me conhece sabe que eu entrei na Nintendo World como repórter de 1999 e fiquei até meados de 2004 quando acabei me voltando para artigos diversos e trabalhos como freelancer. Saí um pouco do eixo dos games, viajei ao Japão, escrevi muito sobre cultura japonesa, aprendi idiomas, me formei na faculdade e andava tentando procurar um lugar onde investir algumas das idéias que tive nestes 10 anos de carreira. Por isso, quando o André Forastieri me ligou e fez o convite para voltar a Nintendo World, eu pensei bastante sobre o assunto, dei uma lida na revista e decidi que queria retornar para tentar fazer com que ela voltasse ao que é considerado o mainstream dos gamers brasileiros. Afinal, uma revista que tem 128 edições e 11 anos de publicação quase ininterruptas, não pode ir aos poucos sumindo sem deixar nenhum vestígios nos corações dos fãs. Quem lê a Nintendo World hoje são os filhos de pais que há 11 anos liam a revista e gostavam.

A minha volta tem um pouco de saudosismo sim.

Se não tivesse esse sentimentos, certamente não teria retornado.

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A primeira Videogame de 1991

Foi por isso que estudar as primeiras edições das revistas de videogame era tão importante para mim. E por sorte eu colecionei quase todas elas, de praticamente todas as editoras brasileiras, e me dei conta de muitas coisas. Uma delas foi o fato de como o nosso mercado mudou em todo esse tempo. Hoje temos um volume bacana de empresas que realmente acreditam no mercado de games no Brasil e elas estão aqui, apesar de não aparecerem para o público, ficam só fazendo negócios para ampliar na encolha.

Antigamente, as revistas antigas eram muito boas e muito fortes, mas não gozavam de tantas fontes de informação quanto as revistas de hoje. Isso é fato. Dá pra perceber como se tinha que ralar pra fazer uma boa reportagem. Os chamados “pilotos” testavam os jogos, mas não escreviam, cuja responsabilidade ficava mesmo na mão dos jornalistas. Anos depois, esse “modo de fazer” mudou e os “pilotos” também passaram a escrever, fotografar e até cobrir diversas pautas relacionadas aos jogos.

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Review de Atari é o máximo!

Em menos de uma semana eu fiz contato com todas as empresas de games de uma única vez. Grandes, pequenas, médias, com gente legal, com gente chata e tal. Na minha vida inteira jamais tive a chance de conversar com tanta gente interessante em tão pouco tempo. Para eles contei o meu projeto e pedi muito apoio.

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Uma pessoa que logo que soube me deu alguns conselhos positivos foi o Pablo Miyazawa, na minha opinião, o meu mentor dentro da antiga Conrad e junto com o Odair Braz Junior, um cara que me ensinou uma boa parte das coisas que faço hoje. O Pablo começou no Power Line da Nintendo (veja ao lado!), foi editor da Nintendo World e  hoje é o editor da revista Rolling Stone. Durante um dos dias de produção da revista, ele veio almoçar e conversar um pouco comigo. O convite partiu de mim mesmo, eu queria saber o que ele achava da nova revista, o que achava das minhas idéias e das mudanças. E o interessante foi que ele disse uma coisa que me deixou com mais vontade de me esforçar pela causa: “Depois de todo este tempo eu não vejo outra pessoa pra mudar a revista além de você. Acho que você andou bastante por aí, saiu do ramo de games, conheceu muitas coisas e agora retornou com um estilo diferente. É disso que a revista anda precisando”.

Bom, a edição 128 deve estar nas bancas em novembro e se alguém aqui comprar, faça o favor de comentar hein! Aliás, eu tenho um email de editor da revista que é renato.siqueira@nintendoworld.com.br.

A próxima edição virá com 100 páginas! Afinal, o ano tá acabando e as novidades não param de sair pelo menos até depois do Natal.

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Jovem Rubinho dava dicas de direção nos games em 1991!

8 comentários Adicione o seu

  1. João Aranha disse:

    Cara, primeiro, já tinha te dado os parabéns por ter assumido essa missão, mas faço aqui publicamente pois é uma revista que nesses longos anos (o que é algo incrível se tratando do ramo editorial aqui no Brasil) passou por várias faces e espero que você consiga dar uma face mais acessível a todos, literalmente, e sei que pode fazer isso.

    Olhar o passado é fundamental nesses casos, para que haja o real aprendizado om os erros e acertos dos tempos remotos. Sem falar que, vendo essas capas (incluisve eu colecionei por um bom tempo todas essas revistas) me leva a um tempo gostoso, onde os videogames tinham o principal intuito de entreter. São tempos novos, mas enquanto houverem pessoas que possam mostrar que esse fator é o primordial, os bons jogos virão certamente.

    Abraços e parabéns mais uma vez.

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  2. C-netto disse:

    Eu tenho a primeira versão da Nintendo World, comprei quando tinha 3 anos, ou melhor, minha mãe comprou junto com meu super nintendo (que tenho até hoje funcionando certinho) realmente dois classicos (mesmo que a revista esteja em alguns pedaços e meio rasgada pelo tempo) mãs… vou comprar a de novembro só para comparar e mando noticias depois sobre o que achei o/.
    Espero por melhoras em um todo da revista.

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  3. Nice post!!!!

    O Rubens no mega drive já achava realista os games de F-1…
    Será que hoje ele já jogou hoje algum game de F-1 no ps2 ou ps3 ?

    A evolução dos games é mesmo incrivel…
    Anos atrás a galera achava super realista os games de mega drive e outros consoles…
    Mas com o decorrer no mercado de games, somente hoje nos perguntamos:

    “Como é que eu achava esse jogo “X” realista ?”

    Mas eu digo que na época achavamos realista por que estavamos no auge da nossa infancia, e o que importava era a diversão e não o realismo…

    Valeu pela nostalgia. Me deu até vontade de ler algumas revista antigas sobre games que eu tenho…hehehehe

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  4. Fabrício disse:

    Desde que me mudei de cidade tenho comprado mais a EGM, por integrar assuntos gerais. Mas prometo que comprarei a edição NW de novembro. Afinal, foi com ela (e na outras) que fiz alguns amigos, tanto próximos como distantes. E pude conhecer tu melhor. Força nesse novo desafio ae Renato!

    abs!

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  5. Igor Inocima disse:

    Parabéns pela nova posição, embora não tenha como eu ler a revista daqui tenho certeza que as suas experiências vão agregar bastante coisa.

    Acabei de descobrir o seu blog, caindo justamente no seu post “Trabalhar com cultura pop é emprego de verdade?” e fiquei feliz de descobrir que você encontrou uma saída para o questionamento.

    Boa sorte e fico aguardando novidades pelo blog desde já 🙂

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    1. Oi, Igor

      Nossa, eu fico feliz que você tenha me encontrado aqui. Os meus últimos posts como deu pra reparar estão sendo escritos com uma dose de desespero. Ando correndo muito aqui, mas graças a Deus está dando tudo certo.

      Obrigado pela força.

      Tomara que consiga fazer uma revista que seja bem recebida pelos fãs.

      Eu espero que você esteja bem aí na terrinha. Quero viajar novamente. Estou com saudades deste lugar.

      abs,
      Renato Siqueira

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  6. Antonio Júnior disse:

    Descobri seu blog por um post do orkut, na comunidade do AKFG e desde então tenho conferido ele sempre que posso, gostei pra caramba =], em relação ao post desejo muita sorte como editor da Nintendo World, digo isso pois comecei a ler ela em 1999 e acompanhei as mudanças que a revista passou e espero que ela volte a ser tão boa quanto era antigamente, abs!

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    1. Oi, Antonio.

      Muito obrigado! Eu espero que consiga atender a todos os leitores. Eu espero que o meu estilo ajude a revista a ser o que melhor.

      abs,

      Renato

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