O Sucesso e o fracasso no mesmo mês!

Eu acho que cada pessoa arruma um jeito diferente de “aliviar a pressão” que fica no peito naquele momento de felicidade ou de tristeza. Alguns fazem esportes radicais, outros caem na bebedeira e alguns ainda guardam tudo para si. Eu? Eu escrevo. Acho que até por isso que sou jornalista. Quando me vejo fazendo algo de que gosto as palavras simplesmente afloram. Não é preciso pensar muito e nem fazer mimimi… É só colocar tudo no papel, no blog, no email… no caderno… em qualquer lugar.

Há 3 semanas atrás eu voltei para a Tambor Digital para me tornar o editor-chefe da Nintendo World (já postei aqui!).

Com força de vontade e a cabeça cheia de sonhos me deram a liberdade de fazer o que eu quisesse em relação a revista. Isso para um cara como eu é o mesmo que receber dinheiro. Eu fiquei feliz quando liguei para a NOA (Nintendo of America) e fui atendido pelo diretor geral com um: “Primeiramente, bem vindo a Nintendo, Renato”!

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Este mês o meu contato com o mundo dos games se expandiu muito. E falando inglês, japonês e até espanhol eu descobri exatamente algo da qual me interesso. Empolgado com o novo emprego e status, eu corria para contar as novidades a minha namorada. Já falei dela aqui poucas vezes, mas basicamente estávamos namorando a 2 anos e 8 meses, uma boa parte deles a distância. Eu sou brasileiro, ela é japonesa e nos conhecemos durante a faculdade e o nosso envolvimento começou por acaso, sem ter aquele lado forçado ou desesperado de quem precisa ter alguém. Começamos a namorar e logo o tempo de intercâmbio dela aqui no Brasil acabou. A primeira vez que nos separamos foi a menos dolorida porque achávamos que acabaria ali no aeroporto já que não tinhamos como nos ver novamente durante muito tempo.

Só que pouco tempo depois a vontade de se falar apertou, a saudade do abraço e das conversas engraçadas e interessantes bateu forte. E assim, um belo dia nós decidimos conversar pelo Skype. As conversas tornaram-se frequentes e a saudade também. “Vamos lutar pelos nossos sonhos! E fazer o nosso relacionamento dar certo”!

Eu quero mesmo morar no Japão. Aliás, essa é a única coisa que pode me fazer largar tudo aqui no Brasil.

Continuamos conversando e planejamos viagens. Durante 2 anos eu trabalhava pensando no dia em que iria encontrá-la. E ela fazia a mesma coisa. Veio 3 vezes ao Brasil depois daquele primeiro retorno. Cada separação era mais dolorosa do que a outra, mas a gente tinha em mente que queria ficar junto. E isso era o mais importante.

No dia em que voltei do Japão depois de 3 meses morando juntos dentro da mesma casa, a ida até o aeroporto foi muito triste. Não conseguimos dormir. Na hora da despedida eu me lembro dela chorando e dizendo em japonês:“Isso não pode ser verdade. Pegue a sua mala e vamos voltar para a nossa casa, vamos!” Naquele dia eu senti um aperto no peito como jamais havia sentido em toda a minha vida. Fiquei arrasado, mas não tinha jeito e tive que voltar.

Depois disso nos encontramos mais uma vez em março de 2009. Em abril ela começaria a trabalhar numa grande empresa japonesa e ficaria sem tempo para vir ao Brasil. Caberia a mim dar um jeito de ir para o Japão. A luta pelo nosso relacionamento ainda não tinha acabado.

Ela então voltou ao Japão e começou a trabalhar. Todos os dias ficavamos frustrados por não conseguir resolver a situação. Tentei uma bolsa de estudo em SP e não passei. Mandei muitos currículos para o Japão, mas a crise econômica não escolhe a quem prejudicar.

Ela começou a trabalhar ainda mais. O tempo ficou curto para descansar. Ela queria sair comigo, mas eu não estava lá, então começou a sair com o grupo de novos amigos que fez na empresa. E logo esse grupo de amigos acabou ocupando inclusive o tempo que havia para mim. Pior do que isso, eles faziam piada com ela por tem um namorado estrangeiro que nunca estava a seu lado. O que parecia uma luta acabou se tornando uma guerra. Opiniões de amigas ajudam a piorar tudo. E como eu já postei aqui no blog, os japoneses fazem tudo de forma quase coletiva, portanto as opiniões de um acabam tornando-se as opiniões de todos.

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Há 3 semanas atrás eu consegui um emprego criativo numa revista que eu gostava, ligado a uma empresa que eu respeito. A cada nova conversa eu falava sobre meus planos e como faria para chegar ao Japão. Algo finalmente estava acontecendo.

E no feriado da semana passada, a minha namorada terminou o relacionamento comigo. Disse que não estava aguentando e que poderia se arrepender disso, mas tinha que tentar. Não queria que eu largasse um emprego que gostava no Brasil para ir ao Japão se não fosse por um emprego ainda melhor. Eu não consegui dizer nada pelo Skype. Ela chorava e dizia que se eu estivesse lá ela jamais estaria tomando esta decisão.

Eu queria ser um milionário ou no mínimo ter um jeito de viajar rapidamente ao Japão para dar um abraço nela e dizer para não desistir de mim, assim como acontecem nas novelas. Aliás, eu estava conversando sobre isso com ela. Ia começar a assistir uma novela japonesa que ela já tinha visto. Hoje estou no último capítulo, ela se chama Buzzer Beat. Eu fiquei chocado porque mandei um email para ela essa semana com um texto que se parecia com o que acontece na novela. Só que eu só percebi hoje.

Ao sair do Skype naquela madrugada eu fiquei arrasado. Todo mundo acha que namorar a distância é loucura, é por isso que só quem ama de verdade é que consegue manter um relacionamento assim. Eu sei que o amor dela por mim não acabou e por mais distante que estejamos, o meu também não. E o jeito como nos conhecemos foi o certo. Não foi planejado, não foi “empurrado” pelos amigos, mas foi sim por acaso e pelos motivos certos. Amor assim tem mais valor. E se eu não acreditasse nele com certeza já teria desistido e não sofreria tanto.

Eu sofro por ser do tipo romântico, aquele que não mede esforços, que gosta de amar e que, mesmo sabendo que pode sofrer, acaba entrando de cabeça no que realmente lhe interessa. Eu gosto de surpresas, de carinho roubado e de declarações de amor. Acho que as pessoas são mais felizes quando são amadas por alguém e que esse sentimento não é susbstituído por dinheiro, birita e prostitutas de luxo. E isso tudo mesmo sabendo que eu tenho um monte de amigos que pensam diferente, que estão casados comendo a secretária, que tem 2 ou 3 namoradas ou que frequentam o puteiro pra “comer alguma coisa diferente”. E mesmo assim, eu não sou careta. Sou nerd sim, mas careta nunca. Nem meloso, nem pegajoso e nem nada… O fato de ser romântico não me faz ser um cara grudento mesmo.

Eu só espero poder reencontrá-la algum dia e que a nossa paixão se reacenda. Eu muito provavelmente só vou namorar alguém agora quando me sentir do mesmo jeito que me sentia com ela.

Ela era uma boa parte da força que me fazia correr atrás dos meus sonhos, sem ela me sinto mais fraco. Desmotivado. Mas eu sei que tenho que lutar como qualquer outro.

De agora em diante preciso me esforçar para continuar a realizar os meus sonhos, viver feliz e evoluir. E quem sabe algum dia eu não a reencontre ou no mínimo encontre alguém que tenha coragem de fazer tudo por amor como eu faço.

4 comentários Adicione o seu

  1. Nume disse:

    É, companheiro, a vida é complicada. Espero que supere bem as dificuldades e mantenha um rumo firme na sua nova empreitada.

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  2. JoeKyy disse:

    Penpas, eu sei como é isso complicado, já namorei assim e não quero mais passar por isso. Boa sorte em sua vidsa

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  3. Carlos Kato disse:

    Sofrer por amor é realmente complicado. Só quem está sofrendo sabe como é. Cada um reage de uma maneira, mas basicamente parece que o tempo fica estagnado e a cabeça não consegue pensar em outra coisa. Os sonhos se desmoronam, as boas lembranças não saem da cabeça.

    Quando um relacionamento acaba por que o outro traiu ou não gostava realmente do seu companheiro, é mais fácil de se recuperar pois com o tempo acabamos percebendo que tal pessoa não valia a pena. Mas quando um relacionamento acaba por causa da distância é realmente difícil pois ficamos pensando que ” se eu estivesse lá, se eu tentasse, se…”.

    Feridas como essa só o tempo para curar…não há outro remédio…

    Espero que supere este problema…lembre-se que na vida, nada acontece por acaso…

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  4. Victor Olavo Roca disse:

    Primeiramente gostaria de dizer que sou visitante de seu blog e seguidor de seu twitter e que admiro muito seu trabalho. Normalmente não costumo comentar em blogs, mas dessa vez me senti na obrigação de fazê-lo pois sei que esta passando por um momento dificil e qualque apoio, por menor que seja, ajuda bastante nesses dificeis momentos da vida. Espero que consiga superar o ocorrido o mais rapido possivel. Nessas horas o melhor a fazer é dedicar-se a algo que não te faça lembrar disso, no meu caso, que não foi nem um pouco parecido com o seu, mas nem por isso indolor, acabei mergulhando no trabalho e acabei superando. Desejo-lhe melhoras e boa sorte na vida amigo. Você só tem a crescer.

    PS: Parabéns pelo novo cargo na Nintendo.

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